Antony Periquito nasceu na exótica ilha de Marajó. Deste cedo se mostrou um exímio surfista, principalmente na época da Pororoca. Não eram raras as vezes que ele matava aula para tomar um açaí no continente. O seu meio de transporte, obviamente, era a prancha de surfe.
A época de moleque passou e ele se tornou um profissional da prancha. Viajava pelo litoral, brasileiro, apenas com uma mochila nas costas, a prancha do lado, e o dedão levantado. Nestas andanças pelo mundo conheceu muitas pessoas, mas seu coração não estava completo.
A vida solitária, sem um lugar quente e um coração caloroso aguardando-o no final do dia incomodava Antony. Incomodava tanto que resolveu deixar as viagens de lado para fixar uma residência. Ele aproveitou a experiência com fotografia (na verdade, de ser fotografado surfando) e arrumou uma vaga na fábrica de câmeras da Kodaq, na Zona Franca de Manaus.
Tudo estava andando bem: sua função de testar as câmeras não era difícil, o salário era razoável, e ainda podia aproveitar a sesta para pegar uma ondinha. Num fatídico dia, algo de estranho aconteceu. O descuido de voltar a trabalhar com as mãos sujas de parafina, enquanto verificava as lentes da câmera, e o disparo acidental da máquina no momento que acontecia um curto circuito nas instalações elétricas fez com que ele fosse transportado para o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Esse feito foi possível utilizando as ondas fotográficas, que são geradas quando uma pessoa tira uma foto. Como explicar o feito para seu empregador? E principalmente, como voltar pra casa? Não teve outro jeito a não ser contar a verdade para seu patrão.
O que parecia ser um problema se tornou uma oportunidade: Antony se tornou PhotoSurfer, agente especial das ORS (Organizações das Redes Sociais), lutando contra as fotos mal tiradas. Atualmente ele vive fugindo da polícia, pois o fenômeno do transporte só leva Antony, as roupas ficam para trás! O grande perigo é cair numa câmera que utiliza filme. Seria como ficar preso na Zona Fantasma...
